Você já reparou que há doenças que as pessoas contraem apenas uma vez na vida? Isso acontece quando nosso sistema imunológico encontra-se indefeso, ou seja, ainda não temos anticorpos capazes de nos proteger dos ataques de determinados vírus.
Para nos resguardar de patologias como Meningite, Pneumonia, Sarampo, Paralisia Infantil, Catapora, Rubéola, Difteria e tantas outras, recebemos diversos tipos e doses de vacinas ao longo da vida. Em suma, o vírus é injetado, morto ou quase morto, nas pessoas, através da vacinação. A partir do momento em que ele entra no sistema, o organismo começa a formar anticorpos para combatê-lo; isso quer dizer que, da próxima vez que um vírus do mesmo tipo tentar invadir este corpo, seu sistema defensivo estará preparado para atacá-lo. Vale lembrar que não existe vacina para todos os tipos de vírus.
Todos os anos, o Ministério da Saúde (MS) divulga um calendário de vacinação, com as datas determinadas para que as pessoas tomem as vacinas, mantendo a saúde em dia.
Esta semana o MS anunciou mudanças no calendário de 2016. Todas as unidades de saúde do Município onde há salas de vacinas já estão cientes da mudança e trabalhando a partir deste novo calendário. Portanto, pais e responsáveis devem ficar atentos e verificarem as carteirinhas de vacinação das crianças!
HPV
Um dos principais destaques é em relação à vacina contra o HPV (Papiloma vírus humano). A partir de agora serão aplicadas, em meninas de 9 a 13 anos, apenas duas doses, sendo que a segunda deve ser tomada seis meses após a primeira, deixando de ser necessária a administração da terceira dose.
Informações do MS mostram que o esquema com duas doses apresenta uma resposta de anticorpos em meninas saudáveis de 9 a 14 anos tão eficaz quanto a aplicada em mulheres de 15 a 25 anos que receberam três doses.
A partir de janeiro de 2016 passará a ser adotado o esquema vacinal:
IDADE |
DOSE |
9 a 13 anos |
duas doses, com intervalo de 6 meses. |
Hepatite B
Outra alteração diz respeito a vacina contra a Hepatite B. Com o aumento da expectativa e qualidade de vida da população; da frequência sexual e da resistência em utilizar preservativos, o risco de se contrair doenças sexualmente transmissíveis como a Hepatite B tornam-se ainda maiores; em função disso, não há mais limite de idade e ou condições de vulnerabilidade para receber as doses que resguardam contra a doença. Antes, elas eram oferecidas para pessoas com até 49 anos, agora qualquer pessoa, de qualquer idade, pode tomá-las.
Pneumonia
Para os bebês, haverá uma dose a menos da vacina Pneumocócica 10 valente, que protege contra a pneumonia. A partir de agora ela será aplicada em duas doses, sendo uma aos 2 e outra, aos 4 meses; seguida de um reforço aos 12 meses. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa recomendação vem de estudos que mostram que o esquema de duas doses e um reforço é tão eficaz quanto o esquema de três doses e um reforço.
O esquema a partir de janeiro de 2016 passará a ser:
IDADE |
DOSE |
2 meses |
1ª |
4 meses |
2ª |
12 meses |
Reforço |
Meningite
A vacina meningocócita C, que protege as crianças contra a meningite, continua sendo aplicada em três doses, sendo as duas primeiras aos 3 e aos 5 meses, e o primeiro reforço aos 12 meses.
O esquema a partir de janeiro de 2016 passará a ser:
IDADE |
DOSE |
3 meses |
1ª |
5 meses |
2ª |
12 meses |
Reforço |
Poliomielite
As crianças agora vão receber as três primeiras doses da vacina contra a Paralisia Infantil, aos dois, quatro e seis meses, injetáveis (VIP) e, não mais, em forma de gotinhas. Essas modificações estão em conformidade com as recomendações do Plano Global de Erradicação da Poliomielite 2013-2018, que trata também da redução gradual de utilização de vacinas orais contra a Paralisia infantil e tem por objetivo erradicar a doença no mundo todo (no Brasil, a Pólio está erradicada desde a década de 90).
A famosa gotinha, que é a forma oral da vacina, continua sendo tomada como reforço aos quinze meses, aos quatro anos e, anualmente, durante a campanha nacional para todas as crianças de 1 a 4 anos.
O esquema a partir de janeiro de 2016 passará a ser:
IDADE |
VACINA |
2 meses |
VIP |
4 meses |
VIP |
6 meses |
VIP |
15 meses |
VOP |
4 anos |
VOP |
Campanha indiscriminada 1 a 4 anos – anual |
VOP |
Hepatite A
A vacina contra hepatite A passa a ser indicada a partir dos 15 meses, em dose única e, não mais, a partir dos 12 meses.
O esquema a partir de janeiro de 2016 passará a ser:
IDADE |
DOSE |
15 meses |
Única |
Vale lembrar que para receber qualquer dose de uma das vacinas, basta procurar a unidade de saúde mais próxima de casa, de segunda à sexta-feira, das 7h30 às 17 horas, apresentando documento de identificação e cartão de vacina.